quinta-feira, 12 de março de 2009

Vale tudo para evangelizar?


Está na primeira página de hoje do Portal UOL a notícia de que a Igreja Renascer de Alphaville, na cidade de Barueri, em São Paulo, está promovendo um torneio de vale-tudo para atrair jovens aos cultos. Para quem não sabe, essa modalidade esportiva (se é que podemos chamar pancadaria de esporte) mescla boxe e caratê.

De acordo com o repórter-fotográfico Daniel Bergamasco, depois do encerramento da primeira série de lutas, o pastor anuncia o início do culto (culto?). Não há álcool nem cigarro, afirma Bergamasco, mas a pancadaria, o visual bermuda-chinelo-tatuagem e outros elementos mundanos não diferem em nada de um tradicional vale-tudo.

O pastor, com a cabeça rapada, vestindo camiseta regata de lutador, disse ao repórter que vários jovens entregaram a vida a Jesus. E a matéria informa ainda que o mesmo templo da Renascer fica aberto, durante a semana, para treinos de jiu-jitsu...

É interessante como muitos estão enganados, pensando que o evangelho, para ser aceito, precisa ser agradável. Segundo a Bíblia, somos convocados a pregar uma mensagem confrontadora e até ofensiva, e não agradável ou adaptável aos padrões mundanos.

Cristo é uma pedra de tropeço e rocha de escândalo (Rm 9.33; 1 Pe 2.8). E a mensagem da cruz é loucura para os incrédulos (1 Co 1.23). Por que o apóstolo Paulo escreveu: “não me envergonho do evangelho de Cristo”, em Romanos 1.16? Porque há muitos cristãos (cristãos?) envergonhados do evangelho, que preferem torná-lo mais “amigável” (Mt 10.32,33; Ap 21.8).

Tenho visto nas igrejas muita dramatização, dança, música, recreação, comédia, entretenimento, variedades... Tudo está na moda, exceto a pregação bíblica, o estudo sistemático da Palavra de Deus, a oração e o jejum. Esses elementos, para a nova geração, são antiquados. A pregação expositiva da Palavra de Deus está sendo descartada ou menosprezada em favor de novos métodos. Afinal, estes é que atraem as grandes multidões!

Não é de hoje que a animação do público é considerada mais importante que a exposição da verdade. Grandes igrejas norte-americanas empregam recursos mundanos, como exibições de luta-livre, comédia “pastelão”, peças cômicas entremeadas de música e até mesmo imitações de strip-tease! Não acredita? Eu também não acreditaria se tudo isso não estivesse publicado na grande rede.

Na América do Norte e na Europa existem grupos de motociclistas evangélicos, equipes cristãs de musculação, clubes evangélicos de dança, parques de diversão cristãos e até colônia de nudismo cristã! Não acredita? Pesquise. Falo com conhecimento de causa.

Estamos nos últimos dias. E o falacioso conceito de que a igreja precisa se contextualizar, tornando-se como o mundo, a fim de ganhar o mundo para Cristo, alcançou o Brasil. Mas quem ama a Palavra de Deus sabe que ela permanece para sempre (1 Pe 1.23,24) e que o Deus da Palavra não mudou. “Não vos conformeis com este mundo” (Rm 12.2).

Em Cristo,Pr. Ciro Sanches Zibord

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