sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Posso louvar a Deus com qualquer tipo de música?( ritmo, batida, estilo )


Neste artigo reiterarei o que já tenho afirmado: que nem todos os estilos servem para o louvor. E somente a ausência do conhecimento dos efeitos da música, atrelada à falta de fundamentação bíblica e temor de Deus, podem levar alguém a acreditar que é possível louvar a Deus com todo e qualquer estilo musical, como rock, funk, forró, axé, etc.

No mundo, a música é usada como ferramenta ampla de conhecimento e de transformação do homem. Mas não podemos descartar a possibilidade inversa. A música pode sim alterar a consciência e levar ao sentimento de êxtase, independentemente de a letra ser cristã ou mundana. Ela, em si, tem poder. E, de modo nenhum, pode ser considerada neutra.Longe de ser apenas uma experiência estética, o exercício da música é também uma experiência fisiológica, biológica, psicológica e mental, com o poder de fazer o ser humano sentir.

Tanto que, no sentido positivo, a musicoterapia — como disciplina paramédica — tem o estatuto de colaborar com a saúde física e mental do indivíduo. Ela é um poderoso agente de estimulação motora, sensorial, emocional e intelectual, segundo a psicologia. Nesse caso, como descartar os seus efeitos negativos?


É ingenuidade pensar que letras cristãs anulam o poder da música.À luz da ciência contemporânea, a música é considerada uma força capaz de exercer ação psicofisiológica. Agindo através de seus elementos constitutivos — ritmo (elemento ativo), melodia (elemento afetivo) e harmonia (elemento intelectual) —, a música tem sempre o poder de nos alcançar, e contra isso somos relativamente indefesos. Ela se constitui verdadeiro objeto material que, ao entrar pelo ouvido, enraíza-se no “eu”, inserindo-se num esquema afetivo e estimulando atividades corporais.

De acordo com a musicoterapia, a música, em razão de sua ludicidade, permite que o ouvinte se revele na escuta sem que ele mesmo se dê conta. São três os sistemas que possibilitam a percepção do som: o sistema de percepção interna, o sistema visual e o sistema tátil (ou sensório-tátil), o mais importante dos três. De modo sintético pode-se afirmar que os sons entram no “eu” não apenas pelo ouvido, mas também pela pele, pelos músculos, ossos e sistema nervoso autônomo.

Diante do exposto, não existe música inocente ou neutra! Ela é o resultado da combinação e sucessão de sons simultâneos de tal forma organizados, que a impressão causada sobre o ouvido seja agradável ou desagradável, e a impressão sobre a inteligência seja compreensível, e que tais impressões tenham o poder de influenciar os recantos ocultos da alma humana e de suas esferas sentimentais, e que esta influência transporte o ouvinte para uma terra de sonhos, de desejos satisfeitos, ou para um pesadelo infernal.Não foi por acaso que o musicólogo Mário de Andrade, depois de assistir a uma representação de danças e melodias do Maracatu do Leão Coroado, declarou: “... um mal-estar doloroso, a respiração opressa, o sangue batendo na cabeça com um martelo e uma tontura tão forte que vacilei. Senti a respiração faltar e cairia fatalmente se não me retirasse afobado daquele círculo de inferno” (citado em Da Música, seus usos e recursos, de Maria de Lourdes Sekeff, Editora Unesp, p.33).

Aliás, o uso de determinadas músicas é uma das causas para o chamado “cair no Espírito”, empregado por animadores de auditório como Benny Hinn
.Aconselho aos que dizem que não importa o estilo musical, e sim a letra, que estudem melhor o assunto, a fim de descobrirem que a música é polissêmica; tem sentidos plurais. Ela é uma ferramenta valiosa no campo da saúde (musicoterapia) e também no âmbito da educação, posto que ela é dotada de uma dimensão onírica, inconsciente e sexual, o que possibilita acesso ao nosso “eu”. Com essas considerações podemos sugerir que a música não é marcada pela neutralidade ou irracionalidade. Ela, em si mesma, é um discurso orgânico, lúdico, lógico e com sentido.Como, pois, afirmar que todos os estilos servem para o louvor?

Diante de tantos fatos científicos, como cantores, pastores e escritores evangélicos podem continuar abraçando essa falácia de que as letras cristãs neutralizam os efeitos da música? Tudo isso deve nos fazer lembrar, mais uma vez, do crivo mencionado em Filipenses 4.8: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”.

Que Deus levante músicos e líderes de louvor compromissados com a Palavra de Deus e dispostos a usar a boa música, apropriada para o louvor, na casa de Deus. Só assim ficaremos livres dos efeitos de estilos mundanos e diabólicos, como funk, heavy metal, axé, entre outros, que aos poucos — em razão das influências do secularismo — vêm invadindo os templos evangélicos.

Em tempo — aos internautas que desejam conhecer obras que versam sobre a música e seus efeitos, deixo aqui algumas referências bibliográficas:

Caminhos da Musicoterapia, de E. Ruud, Summus. Como Ouvir e Entender Música, de A. Copland, Artenova. Fenômenos Psicossomáticos, de M. Lewis e R. Howard, José Olympio.Música, Cérebro e Êxtase, de R. Jourdain, Objetiva.Musicoterapia Aplicada à Psicopedagogia, de U.S. Leal, Imprensa Oficial do Estado de S. Paulo.O que É Música, de J.J. Moraes, Brasiliense.Pequena História da Música, de Mário de Andrade, Martins Editora.

Pr.Ciro Sanches Zibordi

6 comentários:

Anônimo disse...

Não sou músico, nem expert em música... Mas acredito que "cantar uma música gospel" é diferente de louvar ou adorar. A música e a letra de cânticos entoados em nossas congregações muitas vezes foram "inspiradas" por pessoas que nem conhecem a Palavra de Deus.
Concordo que alguns "estilos" poderão levar a "histeria coletiva". Paz de Cristo!

Anônimo disse...

pra falar a verdade eu sempre fui contra essas estravagancias nos cultos com estes ritmos de malucos...
como dizem por ai, EU JÁ SABIA !!!
E CONCORDO PLENAMENTE!!!

Anônimo disse...

Acho que não devemos ser tão radicais, Deus quer saber e de como esta o nosso coração ao cantarmos para Ele.

Anônimo disse...

Caro irmão Leonardo,

Hip-Hop Evangélico. Rock Evangélico. Isto é conversa fiada! Conversa para boi dormir.

Existe no meio evangélico muitas “novas maneiras de evangelismo”.

A música doente, de estilo especial, chamada de Hip-Hop, é um desastre para qualquer sociedade no mundo. É de se admirar quando alguns “pastores”, sentem o desejo de projetar este “grande talento musical”, e suas aberrações ao convívio ministerial. Convidam os astros para seus métodos de evangelismo no estilo da comunidade Hip-Hopiana.

A covardia e a falta do conhecimento da santidade de Deus, está fechando bocas no ministério.

Existe através do espírito de Deus a capacidade de se discernir, o que é, o verdadeiro louvor, aceito por Deus. Deus não aceitar louvores de brincadeirinha. Não. Não aceita mesmo.

Hoje, todos, são cantores, com os seus CD’s. As letras em muitas das suas músicas, envergonham o verdadeiro louvor a Deus. Todos querem ganhar com os seus “louvores”, e assim, as prateleiras das lojas evangélicas, estão repletas de produtos, sem nenhuma unção ou exaltação plena ao Deus verdadeiro. Onde está unção? Onde? O que existe as vezes é puro emocionalismo. E as vezes tentam romantizar, para vender mais.

Os louvores da atualidade são mercenários da exaltação dos “shows”, e promovem a falta do sentimento de reverência ao nosso Deus. As músicas expressam sentimentos ocultos de carnalidade e violência.

Os trajes destes novos “discípulos de Jesus”, tentam desmantelar, toda uma racional maneira de ser, para uma “nova maneira de ser crente ou cristão”. E, pior, produzida por líderes interessados em sua projeção pessoal.

Assistí, para verificar o comportamento, em sua apresentação, de um conjunto musical evangélico de grande fama no Brasil. Este “Show”, de gritarias, cabelos estirados e roupas rasgadas, aconteceu em Boca Raton, Flórida. Que vergonha para o evangelho!!! Que vergonha para a evangelização!!!

Eu senti vergonha do que ví!!! Eu senti desprezo pelo diabólico “show de rock”, que tentava, convencer aos incrédulos ou duvidosos da Bíblia, que alí estava presente o Espírito de Deus. Agressão total aos ouvidos. Aos amantes da boa música. Aos verdadeiros servos de Deus.

Não acredite que Rock, serve para louvar a Deus. Não acredite que música Hip-Hop, serve para louvar a Deus. Mas, acredite que o desrespeito a Deus, chegou aos locais inundados por estes incautos que pensam estar louvando a Deus.

Que Deus, tenha misericórdia, destes líderes sem escrúpulos e destruidores da verdade.

pr. Newton Carpintero
www.pastornewton.com

Anônimo disse...

A Paz do Senhor Jesus Cristo esteja contigo e a todos que aqui visitam!

Efésios, no capítulo 5 e versiculos de 3 a 20 complementa ainda mais o conteúdo...

O ritmo de rock caberia bem aos salmos ou hinos? Penso eu que não...

Anônimo disse...

Gostei do texto, todavia gostaria de colocar minha opinião. Acredito que quando se fala em estilo musical, na verdade se fala mais em ritmo musical, ou seja, o compasso. O Rock, por exemplo, é um ritmo, em em essência, não tem absolutamente nada de errado. Por que teria ? O que há de errado em um compasso ? porém, na mente da maioria de nós há uma ligação incosciente com o rock and roll, com um tempo em que os jovens eram revoltados. Esses movimentos perduram nos dias de hoje na forma de outros tantos subprodutos do tal rock and roll.

Mas o que vem ao caso, e eu gostaria de defender é, quanto aos ritmos, não acho que nenhum deles seja inadequado para a igreja. Os ritmos dançantes, como o baião, ritmo tão parecido com o forró, é um dos mais presentes nos hinos de "fogo" no conjunto das senhoras, na Assembléia de Deus, da qual faço parte, mas nem por isso quer dizer que todos vão sair dançando.

Enfim, o discernimento do espirito na vida do verdadeiro cristão é mais importante na hora de saber o que é louvor e o que não é. Assim penso. Afinal, Deus sem dúvida aje de maneira particular na vida de muitas pessoas, e na música, isso não vai ser impedido por causa do ritmo (estilo musical), desde estejamos falando de compositores que estão compromissados com Deus.


Um Abraço, E a paz do Senhor Para todos nós.

Fernando Augusto, 22 anos.